Ver o outro: as famílias senegalesas muçulmanas em caxias do sul

Ver o outro tem o objetivo de trazer para os espaços públicos e para a cidade uma narrativa sensibilizadora das imigrações contemporâneas e de sujeitos por meio da arte, trazendo um pouco sobre essas famílias e possibilitar o contato das outras dimensões da imigração, para além do trabalho. A imagem educa pelo olhar (MAUAD, 2015) e o projeto busca um olhar mais humanizado, contribuindo para uma sociedade mais justa, equitativa, antirracista e democrática. 


Projeto financiado via Pró-cultura RS - Governo do Estado do Rio Grande do Sul.

2022

PROGRAMAÇÃO:

22/10/2022 (15h) - Abertura da exposição fotográfica e

Bate-papo "O lugar dos imigrantes em Caxias do Sul" com 

Cher Cheikh, Denise Pessoa, Geraldine Monteiro e Madeline Juber 

Local: Praça Dante Alighieri - Monumento da Liberdade


19/11/2022 (15h) - Bate-papo "Quem tem direito à cidade? A importância do patrimônio negro na cidade"

com Bruna Letícia de Oliveira dos Santos, Elvino Santos, Lucas Caregnato e Rodrigo Moraes

Local: Praça Dante Alighieri 


02 até 05/12/2022 - Exposição fotográfica

Local: Praça do Trem


Confira como foi a realização do projeto!

SOBRE O PROJETO

O projeto “Ver o outro: as famílias senegalesas muçulmanas na Serra Gaúcha” é resultado de uma pesquisa que vem sendo realizada desde 2018 junto à comunidade senegalesa de Caxias do Sul, resultado da dissertação de mestrado em História de Franciele Oliveira (2022). A pesquisa foi iniciada a partir da demanda de alguns membros da comunidade que, por estarem inseridos nas produções realizadas acerca da atual formação cultural da cidade, desejavam participar ativamente dessa arguição e ter suas vozes ouvidas. Tratando inicialmente da relação entre trabalho e religiosidade, o projeto ganhou novos significados quando passou a ouvir as mulheres que estavam, até então, raramente presentes nos estudos levantados, já que para além da atividade de trabalho exercida pelos imigrantes, apareceram novos sujeitos, como instituição da família. Junto dela, as saudades e outras dimensões afetivas e sensíveis da imigração se fizeram presentes nesse processo de adaptação. Ao longo do caminho, foi incorporada ao projeto a perspectiva decolonial, visto que tratamos, aqui, de sujeitos negros, muçulmanos, africanos e sul-periféricos; todas essas categorias impactam diretamente no movimento migratório, no acolhimento da cidade, nos empregos e na visão que as pessoas têm dos imigrantes. Para a socióloga nigeriana Oyèrónkẹ Oyěwùmí, ver é um convite para diferenciar. No Ocidente, este vai ser o sentido privilegiado, utilizado durante muitos séculos para justificar atrocidades contra os povos vistos como racializados. Mas, através do ver, há também o contato com a pluralidade das diversas formas de ser cotidianas. Por meio da experiência estética, é possível compreender e ver a si mesmo no outro. Com base nessa discussão, o projeto realizou uma exposição fotográfica sobre as famílias senegalesas. A curadoria foi compartilhada com Demba e Fatou Sokhna, realizada dentro do projeto “Movi, saberes e fazeres migrantes”. A exposição circulou entre outubro e dezembro de 2022 na Praça Dante Alighieri e na Praça do Trem, ambas em Caxias do Sul. Além das fotografias, o artista Ousmane Mathurin produziu ilustrações que fizeram parte deste catálogo e da exposição. Nas ruas centrais da cidade, a artista Fernanda Rieta também colou frases, em formato de lambe-lambe, que foram selecionadas das 23 entrevistas realizadas entre os anos de 2018 a 2021. Todo o projeto teve acesso gratuito e disponibilizado nas redes sociais do “Movi, saberes e fazeres migrantes''. 


Boa viagem!


Projeto financiado via Pró-cultura RS - Governo do Estado do Rio Grande do Sul.